Magistrado de terceira instância realizou jantar privado de ‘máxima discrição’ com julgador e acusador de processos da Lava Jato
A reportagem de Azevedo, em parceria com o site The Intercept Brasil, mostra um texto, escrito por Barroso, e repassado por Dallagnol a Moro. No convite, o ministro do STF pede “máxima discrição” sobre o evento e escreve: “Na medida do possível, desejamos manter como um evento reservado e privado”.
O encontro se daria para celebrar a participação de Barroso, Moro e Dallagnol no evento “Democracia, Corrupção e Justiça: Diálogos para um País Melhor”, ocorrido no Centro Universitário de Brasília (UniCEUB) e transmitido na internet. Segundo a reportagem, o ministro do Supremo, integrante de uma instância onde tramita parte dos processos da Lava Jato, teria consciência de que não cairia bem em público um jantar privado com acusador e julgador.
Os diálogos vazados também confirmam fatos públicos, o que serviria para atribuir veracidade ao conteúdo obtido pelo Intercept. Além de tratar sobre um evento que realmente ocorreu em Brasília, o material noticiado também contém troca de mensagens sobre a entrevista de Dallagnol ao programa Jô Soares, da TV Globo. Para alguém que já planejava lucrar fazendo palestras, o esforço em ser bem visto parecia ter sido bem sucedido.
O diálogo entre os dois mostra ainda que as conversas iam além de temas profissionais. Em um dos trechos, por exemplo, o então juiz mostrava interesse no desempenho do procurador na televisão. “Como foi no Jô?”, perguntou. Dallagnol respondeu: “Nessa vez, tentei mesclar conteúdo com entretenimento e acho que o resultado foi bacana”.
Fonte - Intercept Brasil e carta Capital.
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