terça-feira, 5 de novembro de 2019

PF acatava pedidos irregulares de busca e apreensão feitos por Moro



Em nova denúncia, The Intercept revela que o atual ministro da Justiça ordenou operações na casa de suspeitos sem provocação do Ministério Público quando era juiz.


Novas revelações da Vaza Jato divulgadas pelo Intercept neste sábado (19) mostram que o ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sergio Moro, foi muito além de conspirar com os procuradores da Operação Lava Jato. Chats de grupos da Lava Jato no Telegram indicam que o atual ministro ordenou busca e apreensão na casa de suspeitos sem provocação do Ministério Público, o que é irregular.
Reportagem assinada pelos jornalistas do site Glenn Greenwald e João Felipe Linhares apresentam diálogos que ocorreram dias antes da condução coercitiva para depoimento de Luiz Inácio Lula da Silva e da tentativa fracassada da ex-presidente Dilma Rousseff de transformá-lo em ministro-chefe da Casa Civil. Esses diálogos demonstram que Moro não conspirou somente com os procuradores, mas também com a Polícia Federal, que “ajeitava” os pedidos de Moro, como os de busca e apreensão.
“Russo deferiu uma busca que não foi pedida por ninguém…hahahah. Kkkkk”, escreveu Luciano Flores, delegado da PF alocado na Lava Jato, em fevereiro de 2016, no grupo Amigo Secreto — se referindo a Moro pelo apelido usado pelos procuradores e delegados. “Como assim?!”, respondeu Renata Rodrigues, outra delegada da PF trabalhando na Lava Jato. O delegado Flores, em resposta, avisou ao grupo: “Normal… deixa quieto…Vou ajeitar…kkkk”.
“Pq Moro mentiu sempre assim? Ele negou publicamente ter feito exatamente o que fez pq seria uma violação do capítulo 3 do Código de Ética da Magistratura e do artigo 25 do Código de Processo Penal brasileiro. Ele sabia que estava corrompendo todos esses processos, então mentiu”, escreveu neste sábado Glenn Greewald em seu perfil no Twiiter.
“O fato de Moro comandar a estratégia e os detalhes das operações da PF era tratado com tanta naturalidade pela força-tarefa que os procuradores pediam rotineiramente orientações ao então juiz. Santos Lima falou para Deltan em 2015, no grupo PF- MPF Lava Jato 2”, escreveu Glenn ao apresentar este diálogo:




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