domingo, 29 de setembro de 2019

Município de Comercinho MG, sai na frente com projeto que cria emendas impositivas para vereadores indicar.



Iniciativa é do vereador Sirlano Dourado Alves -Super10 que apresentou o projeto na sessão desta quinta-feira .


Reportagem e redação - Mauro Mendonça


Uma proposta de emenda à Lei Orgânica do Municipal foi protocolada pelo vereador Super 10 (PT) durante a sessão na Câmara de Comercinho/MG  . De acordo com o projeto que foi aprovado por maioria, o município terá que destinar do seu orçamento recursos para emendas individuais aos parlamentares. Como aprovado torna-se lei e obrigatório o cumprimento pelo Executivo, cada vereador terá direito a R$ 15 mil, por ano, para aplicar na área da saúde, educação e outros setores como já ocorre nas esferas estadual e federal. A emenda prevê a utilização do expediente quando as sobras do Legislativo passarem de 1.2 % do orçado.

O vereador propõe que seja inserido à Lei Orgânica do Município, que obriga a execução orçamentária e financeira das emendas individuais dos parlamentares que devem ser incluídas na Lei Orçamentária Anual do município. O parlamentar alega que se baseou na Constituição Federal quando apresentado o projeto.

“Essa ideia é lei e está na Constituição do Brasil. Todos os deputados federais e estaduais têm esse direito e esse direito está se estendendo às câmaras municipais. Esse percentual que o município terá que passar não é dinheiro para os vereadores. O vereador vai fazer a suas indicações e ver o Poder Executivo atender essas reivindicações”, justificou Super 10.
O projeto agora lei determina que o município terá que destinar 1,2% de sua receita líquida para as emendas parlamentares. Desse percentual, cada vereador teria direito a um valor que seria aplicado 50% em projetos na área da saúde e a outra metade em projetos de infraestrutura.

“Eu sempre digo que o vereador está bem próximo da população buscando ver o que precisa ser feito pela comunidade e você faz suas indicações para o executivo, e muitas sequer recebemos respostas. Então, com essa emenda, nós vamos ter respostas positivas para a população. Seja na construção de uma escada, construção de escolas, reforma de calçada, construção de meio-fio, enfim, é nesse sentido”, acredita o vereador Super 10.

“Isso vai beneficiar a população. Pois, foi aprovado, o vereador vai ter esse valor para destinar para instituições e resolver alguns problemas dos bairros, de associações e de outras entidades de Comercinho ”, afirma Super10.
O município de Comercinho tem 9 vereadores. Foi aprovado pela maioria dos parlamentares e sancionado pelo prefeito, o município terá que destinar R$ as emendas impositivas a partir do próximo ano , ressaltou o vereador autor do projeto Super 10.

Postagem original -Vale Brasil Notícias , Tribuna do Vale do Jequitinhonha , Santa Cruz Notícias .

sábado, 28 de setembro de 2019

VEREADOR SUPER 10 APRESENTA LEI PARA SUSPENDER COBRANÇA DE TAXA DE TRATAMENTO DE ESGOTO NO MUNICÍPIO DE COMERCINHO MG.



Foi apresentado na sessão ordinária da câmara de Comercinho, 17, Projeto de Lei do Legislativo que suspende a cobrança de tarifa/taxa de esgoto no município de Comercinho, o qual a Copanor só irá cobrar a taxa de coleta de esgoto quando estiver funcionando em 100%. O projeto tem autoria do vereador Sirlano Dourado Alves- Super10, projeto de lei de Lei 856 de 2019  tramitou na Casa em regime de urgência sendo aprovado pela maioria absoluta dos Vereadores .

O Projeto de lei do Legislativo Municipal, sob nº  856 de 2019, sob autoria do vereador Sirlano Dourado Alves –Super10 (PT), e coautores ganhou adesão dos demais vereadores atendendo solicitação em Plenário pela sua dimensão e atendimento a população. Segundo os Vereadores, sendo um projeto de sua autoria teria mais força para sanção do Prefeito.

A decisão de elaborar o projeto veio em função dos interesses públicos de reuniões e reivindicações dos moradores de Bairros da sede do município, em que o mesmo vereador também fez  solicitação do Ministério Publico passou a analisar a concessão do Sistema de Abastecimento de Água e Esgoto que detém a concessão no município. 

Desde o inicio dos trabalhos a Comissão especial da câmara e o vereador Super 10 deram inicio a uma serie de reuniões publicas nos bairros buscando coletar informações junto aos moradores sobre o funcionamento do sistema de esgotamento sanitário, e recebeu inúmeras reclamações sobre o mau funcionamento da rede, onde têm ocorrido constantes vazamentos ocasionados por entupimento e a cobrança de altas taxas para ligação além da cobrança alta sobre a taxa de cobrança da água como coleta de esgoto.

Pelo Projeto de Lei aprovado, que não obteve  a sanção do Prefeito, ficando por 15 dia sem interesse e sem manifestação mesmo, foi promulgado pelo presidente da Câmara Edvaldo, o qual pelfica suspensa toda e qualquer referente a coleta de esgoto na sede do município de Comercinho pratica pela concessionaria, e ficara em vigor até que seja regularizado toda a rede e o tratamento do esgoto em 100%. Para tanto a regularização se dará quando da não existência de vazamentos ocasionados por entupimentos e o correto escoamento até o local de tratamento e parecer técnico, sem prejuízo do parecer final da Comissão Especial de Saneamento Básico da Câmara municipal de Comercinho.

Ainda segundo o projeto de lei, as faturas dos usuários que constam a cobrança deverão ser refeitas, mesmo as já vencidas, e as faturas não  pagas não deverão ser cobradas mais e devem ser restituido em crédito nas faturas subsequentes.

Segundo o autor , Super10, o trabalho vem sendo desenvolvido de forma a buscar a melhor solução para a população. Ele aponta que ao analisar o processo desde o edital, passando pelo contrato entre a Prefeitura e vencedora do certame e ainda uma lei, foram encontrados uma serie de erros que culminaram na cobrança de uma taxa sobre o consumo de água.

O ex- presidente da Câmara, Vereador Super 10 disse que a comissão esta empenha em dar uma resposta satisfatória a sociedade e que o relatório final vai apontar as diretrizes para as melhorias no setor de saneamento básico junto a concessionária Copanor.

O Projeto que suspende a cobrança de tarifas/taxa segue para o Poder Executivo e o Prefeito tem o prazo de 15 dias para sancionar, caso não sancione dentro deste prazo o projeto ganha sanção automática, o que é chamada de sanção tácita relata o vereador Super 10.




terça-feira, 10 de setembro de 2019

Fiscalização feita pela Procon-MG resulta em cinco açougues interditados em Medina MG




Por Notícias de Minas Vale Brasil .

Fiscalização realizada pelo Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-MG) resultou em cinco açougues interditados e cerca de 300 kg de produtos apreendidos em Medina MG.

A ação foi  nesta terça Feira 10 de setembro. Os trabalhos estiveram sob coordenação do Procon-MG de Teófilo Otoni, com apoio da Vigilância Sanitária Municipal e da Polícia Militar.


Segundo informações que a Promotoria de Justiça de Medina, teria acionando a fiscalização nos açougues o qual foi motivada por informações recebidas pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) dando conta da comercialização de produtos cárneos oriundos de abate pelo abatedouro municipal sendo manejadas e comercializadas de maneira irregular.

Também foram apreendidos durante a ação quase 300 quilos  de carnes entre outros que tinham comprovação de origem, e condições de higiene adequadas dos locais, mas os mesmos fiscais alegaram falta de alvará para funcionamento e alvará sanitário qual foi constatado no local como vencido.  Produtos de origem de fabricação artesanal bem como carne de sol  manipulada irregular, sem registro obrigatório.

O material recolhido foi encaminhado a aterros sanitários para descarte e inutilização.

Ouvido os proprietários  dos açougues interditados , podemos constatar que os mesmos alegaram que à eles foram apresentados naquele momento regras e leis qual foram mudadas recentemente, os mesmos alegam, que não tinham conhecimento das mudanças anteriormente, e que não foram notificado pela prefeitura ou vigilância sanitária municipal de tais mudanças , e que foram pegos de surpresa .


Vale ressaltar  que nenhum produto apreendidos ou açougue  apresentava condições de higiene inadequadas dos locais , somente foram enquadrados com falta de documentações e registros municipal para funcionamento .

domingo, 8 de setembro de 2019

Enquete para prefeito de Medina /MG aponta Charles Felizardo e Robinho como favoritos ao cargo.



                                             Foto- Página sociais de divulgação.

Grupo cria manifesto #AlcirinaMinas por união candidatos fortes revistos em pesquisa de pré-candidatos a prefeitos em Minas Gerais ganha destaque no Twitter

O movimento começou com a criação de um manifesto, divulgado na última terça-feira (3), defendendo a criação de uma chapa para governar cidades de Minas Gerais que leve ao fortalecimento de uma terceira via para disputar as eleições em 2020, com candidatos forte encabeçando a chapa.  

Uma das maiores páginas do estado de Minas Gerais sobre política no Instagram e facebook, a Política Mineira, realizou nas últimas meses uma enquete em seus stories perguntando “Se as eleições fossem hoje, você de Medina votaria em quem para prefeito?”


O pré-candidato Charles Felizardo (PTB) venceu a enquete. No total, 38% dos votantes disseram que votariam em qualquer chapa que Charles Felizardo estivesse como vice-prefeito para ajudar administrar a pequena cidade do Vale do Jequitinhonha a partir de janeiro de 2021.


Os pré-candidatos do grupo de oposição ficaram com 26%, já o ex- prefeito Robinho que recentemente foi do mais bem colocados por ter gerado empregos e obras além de um bom trabalho realizado juntos junto ao ex-secretario de administração Charles Felizardo durante o final de sua gestão em 2016, recebeu 36% dos votos, ficando na segunda colocação.


De acordo com a página Política Mineira, a enquete contou com a participação de 1.700 pessoas, sendo possível apenas a utilização de um voto por cada uma delas.


No cenário 2 foi colocado Charles Felizardo como pré candidato à vice prefeito com vários  nomes pretendentes da politica medinense , e todos os nome apontaram desempenho e possível vitória tranquila, sendo assim só confirma a confiança que uma boa parte do povo tem em Charles Felizardo , pois em todos os cenários em que ele aparece compondo, tem resultados positivos .


Todos participantes reconhecem o brilhante trabalho qual desenvolveu Charles Felizardo em 7 meses de 2015 a 2016, quando secretário de administração, este trabalho lhe rendeu muito elogios e reconhecimento de todos que o conhece, o mesmo foi classificado por muitos como melhor secretario de administração e do planejamento do Vale do Jequitinhonha. 

"Construção de uma “ETE –Estação de tratamento de esgoto da cidade de Medina”, e construção da “ETA – Estação de tratamento de água de General Dutra”, 18 toneladas de feijão , calçamento de ruas, ambulâncias , ônibus escolares, Vans , carros para saúde além de um bom atendimento são marcas forte do governo municipal do ex-prefeito Robinho junto ao ex-secretario de administração Charles Felizardo. 

Com esta manifestação o povo já vai desenhando quem eles querem  como próximo prefeito da cidade da pequena cidade do Vale do Jequitinhonha. 



Fonte- #minaspesquisas2019# Jornal Minas Brasil, Voz do povo política MG e Noticias de Minas Vale Brasil.

Redator- Sérgio Mendes Freitas.

URGENTE- As confissões da Polícia Federal sobre a ilegal prisão de Lula.



O chefe da Polícia Federal, Rogério Galloro, revelou em entrevista no último dia 12 detalhes da prisão do presidente Lula e da pressão exercida por Sérgio Moro, Raquel Dodge e Thompsom Flores para que Lula não fosse posto em liberdade, mesmo perante a decisão do desembargador plantonista do TRF4, Rogério Favretto[1]. As declarações do Delegado Galloro assustam pela objetividade com que descrevem as práticas de assédio desenvolvidas pelas autoridades públicas envolvidas no caso e pela naturalidade com que o sistema de justiça e a imprensa nacional estão lidando com estas gravíssimas afirmações.
O imbróglio começou já com a ordem de prisão do presidente Lula quando, após uma controvertida decisão do STF (05 de abril), o Juiz Sérgio Moro iniciou uma cruzada para acelerar o encarceramento do ex presidente. A operação envolveu inclusive a pressão de Moro sobre a Polícia Federal e o risco – real e iminente – de que os manifestantes na porta do Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo do Campo fossem atingidos pelo açodamento no cumprimento da decisão.
 Em seguida, as ilegalidades se sucederam em episódios capazes de assustar ao mais arguto e perspicaz roteirista de filme kafkaniano. Com a participação da juíza federal Carolina Lebbos, responsável pela Vara da Execução, Sérgio Moro restringiu o acesso de visitas a Lula e impediu que a imprensa pudesse entrevistá-lo, mesmo que por meio de vídeo conferência ou através do deslocamento de uma equipe de TV à carceragem da Superintendência da PF.
A participação de Lula no debate da TV Bandeirantes também foi negada assim como foi indeferido o pedido de sua participação na entrevista da GloboNews e no debate da Rede TV. Algo completamente esdruxulo uma vez que se trata de um candidato a presidência da república no pleno gozo dos seus direitos políticos e que é corriqueira a autorização de matérias jornalistas com entrevista a pessoas presas até mesmo em presídios de segurança máximo no país. (Fernandinho Beira Mar, Nem da Rocinha e outras pessoas presas no Sistema Penitenciário Federal já foram entrevistadas várias vezes por equipes de TV sem qualquer problema ou sobressalto institucional)
Mas, o mais surpreendente fora mesmo revelado pelo delegado Galloro na referida entrevista ao Estadão. O que antes era especulação dos defensores do presidente Lula agora é fato relatado pela autoridade máxima da Polícia Federal Brasileira. Perguntado se a havia cogitado soltar o presidente Lula o Diretor da PF afirmou que:
 Diante das divergências, decidimos fazer a nossa interpretação. Concluímos que iríamos cumprir a decisão do plantonista do TRF-4. Falei para o ministro Raul Jungmann (Segurança Pública): ‘Ministro, nós vamos soltar’. Em seguida, a (procuradora-geral da República) Raquel Dodge me ligou e disse que estava protocolando no STJ (Superior Tribunal de Justiça) contra a soltura. ‘E agora?’ Depois foi o (presidente do TRF-4) Thompson (Flores) quem nos ligou. ‘Eu estou determinando, não soltem’. O telefonema dele veio antes de expirar uma hora. Valeu o telefonema.
 A naturalidade com que estes ilícitos são relatados na entrevista é perturbadora e o silêncio acerca do caso muito desestabilizador.
 A decisão do plantonista no caso só poderia ser questionada por meio de um recurso ao STJ que poderia, também por meio do plantonista, rever ou confirmar a decisão de soltar Lula. O mero pedido da Procuradora Geral ou a ligação do Presidente do TRF não poderiam sustar uma ordem legítima emitida por autoridade competente, no caso, Rogério Favretto.
A entrevista de Rogério Galloro revela que as ilegalidades tomaram conta de todo o processo. Não resta espaço para falar em legalidade quando altas autoridades da República partem para o “corpo a corpo” para fazerem valer seus desígnios pessoais e não a força do texto constitucional. Carece de coragem o Delegado que cede a pressão dos poderosos e carece de coragem quem, diante de uma confissão tão impactante, se cala e finge que nada está acontecendo.
Felipe da Silva Freitas doutorando em direito pela Universidade de Brasília e membro do Grupo de Pesquisa em Criminologia da Universidade Estadual de Feira de Santana.
 [1] Moro exigiu que a gente cumprisse logo o mandado https://politica.estadao.com.br/noticias/geral,moro-exigiu-que-a-gente-cumprisse-logo-o-mandado,70002444606

URGENTE- Novo Vaza Jato mostra o The Intercept: Conversas de Lula mantidas em sigilo em 2016, mostram que a história era outra


Novos diálogos obtidos pelo site The Intercept e publicadas pela Folha de S.Paulo na manhã deste domingo (8), revelam tenebrosas transações entre os procuradores da Lava Jato e enfraquecem a tese usada pelo então juiz Sergio Moro, hoje ministro da Justiça do governo de ultradireita de Jair Bolsonaro, para justificar a decisão mais controversa que ele tomou como chefe maior da operação.

Os registros inéditos revelados agora, indicam que outras ligações interceptadas pela polícia nos primeiros dias de março de 2016, e mantidas em sigilo, punham em xeque a hipótese adotada por Moro.
O pouco mais de um minuto de gravação, divulgado às pressas e em primeira mão pela Rede Globo de Televisão, acabaram deflagrando numa crise que levou ao impeachment da então presidenta Dilma Rousseff. Num trecho, o procurador Deltan Dallagnol faz chacota com Lula, chamando-o de “9”, com referência ao dedo que o ex-presidente perdeu quando era operário: “Igor consegue pra mim CD ou DVD com todos os áudios do 9 e a análise que tiver? Estou sem nada pra ouvir no carro rsrsrs”.
Ricardo Balthazar e Felipe Bächtold, da Folha
Bruna de Lara, Paula Bianchi e Leandro Demori, de The Intercept Brasil
SÃO PAULO e RIO DE JANEIRO
Conversas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) gravadas pela Polícia Federal em 2016 e mantidas em sigilo desde então enfraquecem a tese usada pelo hoje ministro Sergio Moro para justificar a decisão mais controversa que ele tomou como juiz à frente da Lava Jato.
Em 16 de março de 2016, cinco horas depois de mandar interromper a escuta telefônica que autorizara no início do cerco da operação ao líder petista, Moro tornou público um diálogo em que a então presidente Dilma Rousseff tratou com Lula de sua posse como ministro da Casa Civil. 
A divulgação do áudio de 1min35s incendiou o país e levou o Supremo Tribunal Federal a anular a posse de Lula, às vésperas da abertura doprocesso de impeachment e da deposição de Dilma. Para a Lava Jato, o telefonema mostrava que a nomeação de Lula como ministro tinha como objetivo travar as investigações sobre ele, transferindo seu caso de Curitiba para o STF.
Mas registros inéditos obtidos pela Folha e analisados em conjunto com o site The Intercept Brasil indicam que outras ligações interceptadas pela polícia naquele dia, mantidas em sigilo pelos investigadores, punham em xeque a hipótese adotada na época por Moro, que deixou a magistratura para assumir o Ministério da Justiça no governo Jair Bolsonaro (PSL). 
A reportagemteve acesso a anotações dos agentes que monitoraram Lula, com resumos de 22 conversas grampeadas após a interrupção da escuta em março de 2016. Elas foram gravadas porque as operadoras de telefonia demoraram a cumprir a ordem de Moro e o sistema usado pela PF continuou captando as ligações.
Os diálogos, que incluem conversas de Lula com políticos, sindicalistas e o então vice-presidente Michel Temer (MDB), revelam que o petista disse a diferentes interlocutores naquele dia que relutou em aceitar o convite de Dilma para ser ministro e só o aceitou após sofrer pressões de aliados.
O ex-presidente só mencionou as investigações em curso uma vez, para orientar um dos seus advogados a dizer aos jornalistas que o procurassem que o único efeito da nomeação seria mudar seu caso de jurisdição, graças à garantia de foro especial para ministros no Supremo.
As anotações mostram que Lula estava empenhado em buscar uma reaproximação com Temer e o MDB e indicam que seus acenos eram bem recebidos pelo vice-presidente, na época visto como fiador da transição para o novo governo que seria formado se Dilma fosse afastada do cargo.
A PF escutou duas conversas de Lula e Temer. Na primeira, eles marcaram uma reunião para o dia seguinte, e Lula disse a Temer que a rejeição enfrentada pelos políticos numa recente manifestação pró-impeachment mostrava que o avanço da Lava Jato criara riscos para todos os partidos, não só o PT. 
Na segunda ligação, após discutir a situação de um aliado do vice-presidente no governo, o petista prometeu ser um parceiro e disse que eles deveriam atuar como “irmãos de fé”. Segundo as anotações dos agentes da PF, Temer respondeu a Lula dizendo que “sempre teve bom relacionamento” com ele. 
Embora os registros mostrem que os policiais prestaram atenção a todas as conversas do ex-presidente, o telefonema de Dilma foi o único que a PF anexou aos autos da investigação sobre Lula nesse dia antes que Moro determinasse o levantamento do sigilo do processo. 
Mensagens que integrantes da Lava Jato trocaram no aplicativo Telegram, obtidas pelo Intercept e analisadas em conjunto com a Folha, mostram que um dos policiais na escuta alertou os investigadores para o telefonema de Dilma assim que ouviu a ligação e foi instruído a produzir um relatório.
Não foi o que ocorreu com as outras conversas. O mesmo agente usou o Telegram para avisar que Lula também falara com Temer e fez um resumo do primeiro diálogo entre eles, com duas horas de atraso. Nenhum dos investigadores que participava do grupo reagiu à informação no Telegram.
O material examinado pela Folha e pelo Intercept mostra que o grampo permitiu que a Lava Jato soubesse do convite de Dilma a Lula com uma semana de antecedência e usasse o tempo para preparar junto com Moro o levantamento do sigilo da investigação e das escutas telefônicas.
No dia 9 de março, quando havia apenas especulações sobre o assunto na imprensa, o agente Rodrigo Prado ouviu Lula confirmar que recebera o convite, numa conversa com o ex-ministro Gilberto Carvalho. O policial alertou os outros investigadores no Telegram dez minutos depois.
O áudio anexado aos autos pela PF mais tarde sugere que Lula ainda tinha dúvidas sobre a ideia e temia que sua ida para o governo fosse associada a uma tentativa de escapar da Lava Jato. Para os investigadores, porém, não havia dúvida de que o objetivo dos petistas era exatamente esse. 
Desde o início da escuta telefônica, em 19 de fevereiro, várias conversas interceptadas haviam mostrado que Lula e seus aliados estavam preocupados com o avanço das investigações, temiam que ele fosse preso e buscavam apoio de autoridades do governo e ministros de tribunais superiores.
A força-tarefa à frente do caso em Curitiba acompanhou de perto a interceptação. No dia em que soube do convite de Dilma, o procurador Deltan Dallagnol, coordenador do grupo, pediu um CD com todos os áudios. “Estou sem nada pra ouvir no carro”, disse no Telegram, em tom de brincadeira.
Para os investigadores, havia uma oportunidade para levantar o sigilo da investigação, revelando o conteúdo das conversas de Lula, antes que sua nomeação como ministro obrigasse Moro a encaminhar o caso a Brasília e a força-tarefa de Curitiba perdesse o controle sobre a investigação.
As mensagens obtidas pelo Intercept mostram que o assunto foi discutido com o juiz, que pediu relatórios com transcrições dos diálogos considerados mais relevantes. Em 15 de março, na véspera da nomeação de Lula, a polícia anexou aos autos da investigação três relatórios e 44 arquivos de áudio. 
Lula aceitou o convite de Dilma na manhã do dia 16. Enquanto os dois conversavam no Palácio da Alvorada, procuradores se reuniram com Moro em Curitiba para discutir o levantamento do sigilo, e Deltan, que estava em Brasília, foi à Procuradoria-Geral da República obter aval para a iniciativa.
Moro mandou interromper a escuta telefônica às 11h12, depois que a imprensa confirmou a nomeação de Lula. Num despacho sucinto, o juiz disse que o grampo se tornara desnecessário após as buscas realizadas duas semanas antes, quando Lula fora levado à força pela PF para depor em São Paulo.
A demora das operadoras de telefonia para executar a ordem de Moro em 16 de março permitiu que os investigadores continuassem escutando as conversas de Lula por cinco horas. Com o sistema usado pela PF, as ligações são desviadas automaticamente para os computadores da polícia pelas operadoras.
A primeira pessoa com quem o ex-presidente falou após o encontro com Dilma foi sua assessora Clara Ant, segundo as anotações feitas pelos agentes na escuta. Lula confirmou sua nomeação como ministro, mas indicou que estava desconfortável com a situação.
“Diz que acabou de se foder. LILS diz que ficaram discutindo até meia-noite. LILS tem mais incerteza do que certeza. LILS diz que não tem como escapar ‘dela'”, resumiu o agente que estava na escuta, identificando Lula sempre pelas iniciais de seu nome completo.
Os registros obtidos pela Folha mostram que o ex-presidente manifestou o mesmo incômodo ao falar com seu advogado Cristiano Zanin Martins, o ex-ministro Franklin Martins, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, e dois jornalistas de sua confiança.
O tom foi outro nas conversas com políticos. As anotações da PF indicam que Lula expressou a todos entusiasmo com sua ida para o governo, apostando em sua capacidade de recompor a base de apoio a Dilma no Congresso e promover mudanças na política econômica.
Ao deputado José Guimarães (PT-CE), então líder do governo na Câmara, avisou que estava disposto a conversar até com Eduardo Cunha (MDB-RJ), que rompera com Dilma após assumir a presidência da Casa e liderava as articulações para acelerar o processo de impeachment
Lula iniciou a conversa com Temer dizendo que queria mudar sua relação com o Palácio do Planalto, do qual o vice se afastara após desentendimentos com Dilma. O tom foi amistoso. “[Lula] Pede para preparar o uísque e o gelo”, anotou o agente da PF, depois que eles combinaram o encontro no dia seguinte.
O líder petista compartilhou com Temer sua preocupação com as manifestações pró-impeachment que tinham ocorrido pouco antes, no domingo, 13 de março. Uma multidão fora às ruas em São Paulo para demonstrar sua insatisfação com os políticos e seu apoio a Moro e à Lava Jato.
 
“Ninguém ganhou com a manifestação de domingo”, disse Lula a Temer, segundo os registros da PF. “Quem ganhou foi o combate à corrupção expressado na figura do MORO. Diz que esse combate à corrupção foi sempre um alimento para golpistas no mundo inteiro.”
“Quem ganhou foi a negação da política”, acrescentou o ex-presidente. “A classe política tem que se unir para recuperar o seu espaço.”
Minutos depois, Temer telefonou a Lula para falar do deputado Mauro Lopes (MDB-MG), que Dilma nomeara ministro da Aviação Civil. O vice temia que a indicação fosse vista como afronta pelo partido, que ainda não desembarcara do governo, mas vetara a ocupação de novos cargos no primeiro escalão por seus filiados.
Lula prometeu tratar do assunto com Dilma. “LILS quer ser o parceiro de TEMER para reconstruir a relação com PMDB. LILS quer ser irmãos de fé”, anotou o agente na escuta, de acordo com os registros obtidos pela Folha. “TEMER diz que sempre teve bom relacionamento com LILS.”

Dilma telefonou às 13h32. Avisou Lula que mandara um assessor lhe entregar o termo de posse para que tivesse o documento em mãos “em caso de necessidade”. O ex-presidente assentiu e os dois desligaram. Lula acertara com Dilma que só tomaria posse na semana seguinte, no dia 22. 
As mensagens obtidas pelo Intercept mostram que o impacto dessa conversa foi imediato entre os investigadores, ao contrário dos outros telefonemas. “Estao preocupados se vamos tentar prende-lo antes de publicarem no DOU a nomeacao do Lils”, escreveu Prado no Telegram
O procurador Athayde Ribeiro da Costa concordou com a interpretação: “já é calro. mais isso demonstra ainda mais o desvio de finalidade da nomeação”. As mensagens foram reproduzidas com a grafia encontrada nos arquivos recebidos pelo Intercept, incluindo erros de português e abreviaturas.
A PF anexou aos autos o áudio com a conversa de Dilma e Lula e o relatório com sua transcrição às 15h37. O Ministério Público já se manifestara a favor da retirada do sigilo da investigação, antes mesmo de tomar conhecimento do diálogo. Moro ainda não tinha tomado uma decisão. 
Registros no sistema eletrônico de acompanhamento dos processos da Justiça Federal mostram que o juiz examinou com atenção os áudios anexados pela PF. Ele determinou a exclusão dos arquivos de duas conversas com advogados de Lula, argumentando que envolviam sigilo profissional. 
Moro decidiu levantar o sigilo dos autos às 16h19. A GloboNews noticiou a decisão às 18h32 e revelou que Dilma fora grampeada. Uma cópia da transcrição do diálogo que a presidente tivera com Lula naquela tarde foi lida ao vivo.
Depois que a notícia entrou no ar, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima foi o primeiro a avisar os colegas, num grupo que reunia vários procuradores de Curitiba no Telegram. “Ótimo dia rs”, escreveu Deltan. “[M]Eu Deus!!!”, disse Orlando Martello. “O mundo caiu”, afirmou Athayde. 
Em Brasília, manifestantes se aglomeraram na frente do Palácio do Planalto para protestar contra o governo. No plenário da Câmara, deputados da oposição pediram a renúncia de Dilma e chamaram Lula de ladrão, aos gritos, antes que a sessão fosse encerrada em meio a tumulto.
O procurador Eduardo Pelella, chefe de gabinete do então procurador-geral Rodrigo Janot, chamou Deltan para entender o que acontecera. Ele dera seu aval ao levantamento do sigilo da investigação pela manhã, mas não fora avisado de que a Lava Jato tinha grampeado a presidente da República.
“Parece que foi hoje cedo”, disse Deltan, que passara o dia em reuniões em Brasília, mas em contato com os colegas de Curitiba pelo Telegram. “Tudo que sabemos é o que está nos relatórios que te entreguei”, acrescentou, referindo-se as transcrições feitas pela PF antes da conversa de Dilma.

As mensagens obtidas pelo Intercept indicam que no fim da noite os procuradores se deram conta de que havia dúvidas sobre a legalidade das decisões de Moro naquele dia. Eles começaram a debatê-las no Telegram enquanto acompanhavam o desenrolar de manifestações contra o PT em São Paulo e outras cidades.
Dilma e os advogados de Lula questionaram as decisões do juiz, argumentando que sua conversa não poderia ter sido grampeada se Moro já tinha determinado o fim da escuta, nem os autos poderiam ter sido divulgados sem que o STF tivesse sido alertado para as citações a ela e a outras autoridades com foro especial.
“Estou preocupado com moro! Com a fundamentação da decisão”, disse o procurador Orlando Martello no Telegram. “Vai sobrar representação para ele.”
“Vai sim”, respondeu Carlos Fernando. “E contra nós. Sabíamos disso.” Para Laura Tessler, o apoio da opinião pública garantiria proteção à Lava Jato: “a população está do nosso lado…qualquer tentativa de intimidação irá se voltar contra eles”. Carlos Fernando recomendou: “Coragem… Rsrsrs”.
Após compartilhar com o grupo vídeos de uma manifestação que estava ocorrendo na Avenida Paulista, em São Paulo, Martello sugeriu que todos os integrantes da operação renunciassem aos cargos se algo acontecesse com Moro. Laura sugeriu que a melhor resposta seria mover uma ação contra Lula e pedir sua prisão.
Para Andrey Borges de Mendonça, seria difícil defender a divulgação da conversa de Dilma por causa do horário em que ocorrera, mas a maioria discordou. “O moro recebeu relatório complementar e o incorporou”, disse Carlos Fernando. “Nesta altura, filigranas não vão convencer ninguém.”
Deltan entrou tarde na discussão e se alinhou com Carlos Fernando. “Andrey No mundo jurídico concordo com Vc, é relevante”, disse. “Mas a questão jurídica é filigrana dentro do contexto maior que é político.” 
Mendonça disse concordar com o chefe da força-tarefa, mas insistiu. “Isso tera q ser enfrentado muito em breve no mundo juridico”, escreveu. “O estrago porem esta feito. E mto bem feito”. Era tarde, e os outros integrantes do grupo não se manifestaram mais sobre o assunto.
Moro não fez nenhuma menção à conversa de Dilma e Lula na decisão que levantou o sigilo dos autos. No dia seguinte, em novo despacho, afirmou que não tinha prestado atenção no diálogo anexado aos autos. “Não havia reparado antes no ponto, mas não vejo maior relevância”,escreveu.
A resposta chegou cinco dias depois, em despacho do ministro Teori Zavascki, relator dos casos da Lava Jato no STF. Ele suspendeu as decisões de Moro e mandou que enviasse os autos da investigação sobre Lula a Brasília, observando que o sigilo fora levantado “sem nenhuma das cautelas exigidas em lei”. 
Junto com os autos, Moro enviou a Teori um CD com todos os diálogos interceptados pela polícia, afirmando que mantivera em sigilo apenas conversas pessoais, com advogados ou que “simplesmente não têm conteúdo jurídico-criminal relevante”.
Finalmente, em junho, Teori anulou as decisões de Moro e o repreendeu, afirmando que ele usurpara as atribuições do Supremo ao tratar a conversa de Dilma e Lula como válida, divulgar diálogos dela e de outras autoridades com foro na corte e fazer juízo de valor sobre sua conduta sem ter competência legal para tanto.
Mas os efeitos das decisões de Moro eram irreversíveis. Com base nas conversas divulgadas pelo juiz, o ministro Gilmar Mendes, do STF, anulou a posse de Lula dois dias depois, em 18 de março. Com o aprofundamento da crise política, a Câmara aprovou a abertura do processo de impeachment em abril e afastou Dilma do cargo.

OUTRO LADO

ministro da Justiça, Sergio Moro, disse que não soube dos telefonemas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que a Polícia Federal grampeou e manteve sob sigilo em 2016, quando era o juiz à frente das ações da Lava Jato em Curitiba.
“O atual ministro teve conhecimento, à época, apenas dos diálogos selecionados pela autoridade policial e enviados à Justiça”, afirmou o Ministério da Justiça, por meio de nota.
“Cabe à autoridade policial fazer a seleção dos diálogos relevantes do ponto de vista criminal e probatório”, afirmou. “Diálogos que não envolvam ilícitos não são usualmente selecionados.”
Embora as mensagens obtidas pelo Intercept indiquem sua presença em reuniões com integrantes da Lava Jato para tratar das escutas, Moro disse não saber se os procuradores também participaram da seleção dos áudios divulgados.
“Se o Ministério Público Federal também participou da seleção, o ministro da Justiça desconhece, mas, se ocorreu, isso seria igualmente lícito”, afirmou.
Moro disse que suas razões para tornar públicos os telefonemas de Lula estão expostas em suas decisões como juiz, e acrescentou que todo o material foi enviado depois ao Supremo Tribunal Federal.
O ministro reafirmou que não reconhece a autenticidade das mensagens recebidas pelo Intercept, cujo vazamento é objeto de uma investigação conduzida pela Polícia Federal.
Em nota, a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba disse que cabe à polícia selecionar as interceptações relevantes para as investigações e que “não houve seleção de áudios pelas autoridades quando do levantamento do sigilo” do caso de Lula.
“Havendo áudio ou qualquer outra prova de conduta ilícita por parte de pessoas com prerrogativa de foro, a Procuradoria-Geral da República ou outra autoridade competente é comunicada, sem exceção”, afirmou.
“Não havendo indícios de crimes, os áudios são posteriormente descartados, conforme previsto na legislação, com a participação da defesa dos investigados”, acrescentou. “Neste contexto pode ter havido a captação fortuita de diálogos de eventuais outras pessoas não investigadas.”
“As conversas que não revelaram, na análise da polícia, interesse para a investigação, permaneceram disponíveis para a defesa, que tem o direito de informá-las nos autos e utilizá-las”, observou.
A força-tarefa acrescentou que seu coordenador, o procurador Deltan Dallagnol, “não conseguiu acompanhar diretamente os acontecimentos daquela tarde” porque passou o dia em Brasília, com muitos compromissos. 
A Polícia Federal não quis fazer comentários sobre a seleção dos áudios que anexou aos autos da investigação em 2016.
Em nota na época, a PF observou apenas que a interrupção de interceptações telefônicas depende do cumprimento da ordem judicial pelas operadoras de telefonia, e que todas as ligações gravadas foram encaminhadas à Justiça para que definisse seu destino, não só as que foram anexadas aos autos.
A polícia afirmou que as investigações sobre o vazamento das mensagens da Lava Jato ainda não foram concluídas. “A Polícia Federal analisa as circunstâncias da obtenção de dados, referentes a trocas de mensagens privadas, por terceiros”, disse. “O teor de tais mensagens não é objeto da investigação.”
O procurador Eduardo Pelella, que era chefe de gabinete do procurador-geral Rodrigo Janot, disse que “tomou conhecimento dos fatos a partir do que foi informado pelos colegas de primeiro grau”, e que Janot “aconselhou que fosse seguido o padrão de atuação da força-tarefa em casos semelhantes”.
Informado das anotações da PF sobre suas conversas com Lula em 16 de março de 2016, o ex-presidente Michel Temer disse que reconhece os diálogos, e que nunca soube que tinha sido grampeado naquele dia.