Uma surpresa: num estádio onde os presentes pagaram preços altíssimos pelo ingresso, o presidente Jair Bolsonaro recebeu fortes vaias ao aparecer no telão e ao entrar e sair do gramado do Maracanã, na partida em que o Brasil derrotou o Peru por 3 a 1 para se tornar campeão da Copa América.
Imagens sugerem que o técnico Tite tentou se desvencilhar de um abraço de Bolsonaro durante a premiação.
O ministro da Justiça, o ministro da Economia Paulo Guedes e o presidente estavam na tribuna do Maracanã, ao lado de Neymar.
Pouco antes do fim da partida, Bolsonaro e Guedes desceram para o gramado, mas Moro foi embora, sem se submeter ao “teste”.
Guedes mostrou irritação com as vaias assim que Bolsonaro entrou no gramado, deu meia volta e foi embora.
O presidente praticamente repetiu o comportamento do ditador Emilio Garrastazu Médici, fã de futebol que utilizou a seleção brasileira para ganhar popularidade.
Depois da premiação protocolar dos jogadores, ficou com a taça e posou para fotos com os campeões da América.
As vaias confirmaram os resultados das pesquisas mais recentes sobre Bolsonaro e Moro.
Na divulgada hoje pelo Datafiolha, o presidente aparece com apoio de um terço do eleitorado, praticamente a metade daqueles que o elegeram em 2018.
61% dos entrevistados dizem que ele fez menos do que esperavam nos primeiros seis meses de mandato.
O índice de ótimo/bom, de 33%, empata com a de ruim/péssimo na avaliação do governo.
A expectativa de que Bolsonaro fará um bom governo caiu de 65% registrados depois da eleição para 51% agora.
Bolsonaro continua sendo o presidente pior avaliado em início de mandato.
Já o ministro Sérgio Moro, que fugiu do gramado do Maracanã, em pesquisa anterior do Datafolha foi condenado por 68% dos entrevistados pelo comportamento demonstrado nas mensagens vazadas pelo Intercept Brasil.
A aprovação pessoal de Moro caiu de 59% para 52% em três meses, de acordo com a pesquisa.
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